"...who'd have known, when you flash upon my phone i no longer feel alone"

- Lily Allen

BitchyList

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Sobre O Conservadorismo da Academia

Rs... eu sei que eu deveria ligar o nemli quando ouço as pessoas dizendo que o Oscar é uma premiação conservadora, mas é que eu não resisto a uma boa briga.
Yes, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas é... medrosa! E pior, muitas vezes mostra sinais de atraso. Às vezes, porém, ela dá uns passos ousados; pegue 2005 por exemplo, ano cocô no cinema em geral, vários filmes que não eram ruins, mas também não eram maravilhosos; o ruim é que todos carregavam poses pavônicas, alguns por si próprios [oi Steven Spielberg], outros colocados por segundos e terceiros [alô Brokeback Mountain]. Aí a Academia nomeia as seguintes obras à sua premiação máxima: "Brokeback Mountain", Capote, Boa Noite E Boa Sorte, Munique and Crash.
Analisemos rapidamente uno per uno. "Capote" tem o elemento biografia que a Academia tanto adora, mas boa parte da empolgação dele no Oscar se deve à atuação impecável [e vencedora] de Philip Seymour Hoffman; "Munique" é a tabela de a Academia sempre se sentir obrigada a indicar Spielberg por qualquer coisa que ele faça; "Boa Noite e Boa Sorte" é a boa história política do passado servindo de exemplo para uma do presente [McCartismo X Comunismo nos EUA/Bush X Islã]; "Crash" é o drama-melão de mensagens que se deu bem pela campanha [nojenta] da Oprah Winfrey + o fator de culpa dos brancos americanos; e o Brokeback Mountain era o único que realmente cheirava a algo revolucionário pelo teor controversial [G-A-Y], porém não passava de uma dramalhão como qualquer mexicano hollywoodiano.
Todos os filmes indicados a melhor filme tratavam de temas sociais, mais especificamente das minorias americanas. Comunistas, gays, mulçumanos, negros e latinos estavam todos lá marcando presença, mostrando que a Academia parecia estar prestando atenção a coisas que o americano em geral ignora. Meus desafetos reais nesse ano são: "Munique", que roubou duas vagas do belíssimo O Jardineiro Fiel de Fernando Meirelles - melhor direção e melhor filme. E "Crash", um filme bem menor do que realmente é, mas que recebeu uma campanha fabricada de última hora [o filme era do começo de 2005 e praticamente ninguém se lembrava dele]. Crash é daqueles filmes que só serão lembrados por terem roubado o Oscar de filmes melhores e de maior ressonância social. Brokeback Mountain, na minha opinião, não é um filme maravilhoso - pra mim, é enfadonho e não tem nada de extraordinário; contudo é ousado em sua temática, coisa que Crash tenta ser, mas no fim das contas acaba sendo mais um filme que fomenta os maniqueísmos hollywoodianos de bem X mal; portanto, o filme de Ang Lee era o grande merecedor daquele ano.
É por essas e outras que eu digo que a Academia é lenta beirando ao conservadorismo, mas não porque ela não indica mais Lars von Triers ou filmes indies [que são em sua maioria lixos pretenciosos], ou porque ela dá mais atenção para os filmes que têm bastante dinheiro para aparecerem mais. O Oscar não é um sinal de qualidade, não premia o melhor do ano [vide Crashs, Halle Berrys e Charlize Therons da vida]; mas há sim qualidade e ousadia [mesmo que tímida] no Oscar!
Tiros em Columbine é vencedor de um prêmio da Academia, A Luz é Para Todos [1947] também, Beleza Americana também é vencedor de melhor filme, entre outros.
PS: Também não venham me dizer que é uma premiação comercial! Porque há mais de anos que os indicados a melhor filme não chegam nem à lista dos mais assistidos nos EUA em seus respectivos anos.
[Musique: The Onliest - Feist]

Continuando A Feist Life

Estive por meses preocupado com minha Indie-nização, mas para que se preocupar quando se tem essa molier do mel corassal. Depois desse nunca andarei esteiras rolantes normalmente!