Sábado de Aleluia [hoje]:
"É curioso observar, Lucas, como muitas vezes passamos dias, às vezes até meses e anos mergulhados numa chateação ou ressentimento. Remoemos aquilo, até que de repente - bum! - a coisa passa. Em geral, são nos ciclos positivos de Marte com a Lua que a pessoa simplesmente 'espana a poeira' e se livra de emoções chatas que não lhe servem mais. E este momento, para você, é agora!"
Quarta-feira, após cerca de 27 agulhadas, confessei a minha acupunturista que "talvez" [note o eufemismo] eu precise de um namorado afim de reduzir minha ansiedade; após ela prontamente concordar com a idéia de um relacionamento, explanamos sobre este assunto em minha vida e chegamos à minha rotina: os garotos que trazem um sentimento de possibilidade vêm com anexos fadiguentos do passado.
Houve um protótipo desta rotina em Marília, que se fixou com alguém conquistense e tem perdurado desde sempre, até o primeiro cara com que transei era compromissado [detalhe: com uma mulher]. Minha terapeuta achou engraçado e triste... eu acho graça, mas isso tudo é bem triste.
Quinta-feira, após uma garrafa de sauvignon blanc e algumas caipirinhas nos engajamos num Jogo de Verdade ou Consequência e a fixação da minha rotina me revelou que ela nunca existiu. Nunca houve um pentelho do passado, mas sim uma covardia em lidar com o que era iminente.
Sexta-feira, uma amiga me pergunta como estou e foi bem fácil responder que estava "nas nuvens, mas bem pesado". Após a revelação de que provavelmente a minha rotina de "homens com histórico" nunca existiu e pode muito bem ter sido uma reação inconsciente em não aceitar a rejeição [porque, girls, não importa o quão Independent Woman Part I sejamos, na hora da rejeição amorosa somos todas noobs], declarei logo que quem perdeu foi ele, mas que agora era bem compreensível para mim o porquê da crush ainda existir de alguma forma, em algum nível.
Eu conseguir ter dito aquilo na quinta foi um grande feito para meu ego. Uma coisa é admitir para si, outra é jogar na roda, que algo que pelas leis da aparência jamais deveria ser dito fora do divã do analista. Por isso o peso, apesar da cabeça nas nuvens. Mas esta leveza se concretizou ao ler a citação do topo no meu horóscopo... e pelo visto das outras fontes astrológicas, é um momento de auto-renovação.
[Musique: Rolling Back The Rivers In Time - Girls Aloud]