"...who'd have known, when you flash upon my phone i no longer feel alone"

- Lily Allen

BitchyList

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Madonnite Agúda

Meu pai me enviou essa crítica à Madonna depois que cheguei no Rio de Janeiro. Felizmente só tive tempo de lê-la agora, depois de já ter visto e [quase] processado os dois shows da molier aqui no Brasil. Essa foi a resposta que o enviei.

eu concordo com ele em tudo! rs

pode-se dizer que madonna é a representação cultural do capitalismo. mas eu queria ver ele dizer tudo isso depois de ter visto as duas datas do show aqui no rio. ela mesma já reconheceu que não é a melhor das cantoras ou das bailarinas, e não é mesmo. mas [e se eu prolongar isso aqui vc vai ler milhares de "mas"], madonna está longe de ser vazia como ele diz; como uma mulher de negócios, além de rock star, madonna não é apenas uma figura da indústria do entrenimento, propagadora de nixons e bushs. não dou a mínima se ela tem fãs e não ouvintes, sei que eu sou ouvinte E fã, e não tenho vergonha alguma de demonstrar isso. até mesmo quando escrevo sobre ela, procuro fazer o que a maioria dos veículos de comunicação não fazem: análise [até mesmo porque ela ainda é uma das poucas que faz coisas que permitem isso].

foram duas horas de show que se passaram como cinco minutos. em momento algum se via alguém pouco interessado no que era apresentado. a mistura de campos como a música, a dança, o teatro, a moda não é uma coisa simples de se fazer e, madonna não é só piorneira nisso, como é o cérebro por trás de toda a produção que a envolve. desde a maneira de se relacionar com seu público, totalmente direta e às vezes até ácida, ao jeito com que reinventou a indústria pop dos anos 80 pra cá.

madonna surgiu numa época em que a crítica ainda era ouvida e ela não só superou muitos contras como dobrou muita gente. suas referências e vocabulário estão longe de 50 palavras, prova que ela sempre esteve e está ligada aos artistas mais importantes de sua época, como o fotógrafo herb hitts e ou o estilista jean-paul gaultier; isso pode não dizer muito pro régis bonvicino ou pra muita gente, mas não há como negar o fenômeno que isso tudo tem sido pra cultura de 25 anos pra cá. desde o início de sua carreira, ela é responsável pela popularização de vários estilos do underground, despontando uma lista extensa de artistas como steven klein e david lachapelle [fotógrafos] e william orbit [produtor musical], que sob suas asas voaram bem alto e em menos tempo do que a maioria.

o problema de grande parte dos críticos, e aparentemente do bonvicino
também, é que eles ignoram a pop art como arte. e madonna é pop art da melhor qualidade - utilizando a indústria do consumo e oq ela proporciona até mesmo para implodi-la e fazê-la rever seus conceitos [vide como até hoje ela reformula o jeito de vender "sexo" - e todo mundo sabe que ela não foi a primeira a fazer isso].

[Musique: EXPRESS YOURSELF - Madonna]