Às vezes eu penso que sou gay por gostar tanto de mulheres. É engraçado pensar que todo verdadeiro amante das mulheres, gosta tanto delas que é incapaz de fazer sexo com elas. Talvez assistir a muitos filmes de Almodovar ajude a internalizar essa idéia.
Mas, essas divagações inúteis são apenas para chegar ao mote principal deste post: conforme chega o fim do ano e revisito meu last.fm, pra lembrar que tipo de música bombou meu planeta, reparo que mais uma vez a minha lista será recheada de novas divas. Melhor ainda, divas que, antes de mais nada, reinventam. Nessa primeira parte estarão listadas as mulheres que despontaram na indústria mundial esse ano, ou que pelo menos se fizeram luminosas para mim de janeiro pra cá.
Algumas das cantoras listadas aqui acabaram de lançar seus primeiros álbuns, o que me tornaria bem precipitado ao afirmá-las como divas. Mas praticamente toda semana conhecemos a nova grande diva wannabe da musica pop atual, então, me deixem em paz para agir anacronicamente quanto a essas mulheres.
Menção honrosa: Kate Bush
10. Mima Stilwell [Kish Mauve]
9. Céu
Alguns jornalistas e pseudo-cults brasileiros costumam dizer que a MPB passa por um processo de marasmo e que não há mais grandes divas como Bethânia ou Elis. Mas tentar encontrar a nova Maria Bethânia é uma tarefa tão estúpida e ridícula quanto encontrar a nova Madonna. [Me sinto confortável em fazer certas analogias porque pra mim todas elas são D-us.] Mas quem conhece Céu sabe que a MPB está aí firme e forte se reinventando; com sua deliciosa voz rasgada e estilo que mistura a música negra brasileira com elementos de reggae e scratches eletrônicos, Céu foi uma das rainhas dos pôres-do-sol conquistenses deste ano.
8. Duffy/Adele
6. Santogold/Ladyhawke/Lykke Li
Com vozes marcantes e arranjos enlouquecedores, as três são tendência por transitarem sem esforços entre o underground e o mainstream. Absolutamente não convencionais, suas canções são capazes de fazer você se acabar na pista, ou servem como trilha sonora para tarefas diárias como caminhar até o ponto de ônibus.
5. Esthero

4. Estelle

Seu primeiro álbum solo, Ruby Blue [2004], é uma odisséia pop que mistura Jazz e Electronica tão perfeitamente que os gêneros soam como irmãos. Abusando de arranjos de metais, o álbum possui uma vibe faux-retro, como se fosse achado de um baú escondido no sótão, mas recheado de loucurinhas modernas. Canções como Ramalama e Sow Into You funcionam perfeitamente em pistas alternativas, que não têm medo de dançar com qualquer coisa.
2. Katie White [The Ting Tings]

Até mesmo em sua maneira de cantar e se apresentar White é muito pouco deslumbrada com sua posição: ela canta do seu jeito, arriscando com falsetes de gosto duvidoso [típico das grandes bandas de electroclash] e sempre se jogando, batendo cabelos e pés como se tudo não passasse de uma brincadeira.
1. Yelle
E o pior é que há uma pequena intersseção, porém Yelle é bem mais glamourosa e suas músicas são bem melhor produzidas.
