"...who'd have known, when you flash upon my phone i no longer feel alone"

- Lily Allen

BitchyList

sábado, 25 de abril de 2009

40-Stories Tall

Na nova turnê, as Girls Aloud mostram que não têm medo de altura.



quarta-feira, 22 de abril de 2009

WALK!

O que mais adoro nos vídeos de The Ting Tings é a noção de movimento que eles têm. Todos têm premissas bem simples e os mais recentes [Shut Up and Let Me Go e We Walk, por exemplo], apesar de orçamento maior, mantêm a ansiedade artística de alguém que está experimentando.
Já que nenhum fucker liberou os vídeos para incorporação, aqui vai um link.
PS: Katie White = FASHION ICON!!
[Musique: We Walk - The Ting Tings]

terça-feira, 21 de abril de 2009

Found In Limbo

É até meio contraditório, pois pelo senso comum o habitante do limbo não é nem salvo nem punido, ele apenas está lá perdido.
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Hoje, antes de cair na noite, disse a uma amiga no msn que precisava sair nem que fosse para falar mal das roupas do povo. Mal sabia que acabaria reencontrando a razão principal de ter decidido voltar para Vitória da Conquista.

Em Life's A Bitch, o blog-mãe deste aqui, toda a minha saga soteropolitana, os motivos de minha depressão e o processo de confrontação com meus tropeços estão melhor registrados, em inglês, mas estão. Porém, resumindo a parada, decidi voltar para Conquista por descobrir que ainda não tinha maturidade para a "big city" [se é que se pode chamar Salvador disso].

Conquista é um dos lugares mais perigosos que existem. Aqui a ilusão de que tudo vai bem é perfeitamente arquitetada pelo demônio, que simplesmente é a população da cidade.

Localizada num entroncamento de grandes rodovias do país, este é um lugar em que tudo chega e passa. Mas, como em toda encruzilhada, aqui ficam os que a) são fracos* e acreditam que aqui é o paraíso, b) os fortes que conhecem o mundo e sabem onde estão se metendo e c) os mezzo perdidos que vêem na cidade um trampolim ideal para o mundo. Quando decidi voltar para cá, depois da experiência Salvador, eu já sabia que a minha era a categoria c, mas dois anos já se passaram e milhares de coisas aconteceram.

A beleza de Conquista, que muitos outsiders, por puro preconceito, não conseguem enxergar é que muita, mas muita coisa mesmo, acontece nesta cidade. Aqui você encontra as mesmas tribos metropolitanas, as mesmas baladas metropolitanas, as mesmas drogas metropolitanas - tudo em proporção interiorana, claro, mas encontra. É só fuçar, é só se predispor a tal. Ontem mesmo conheci uma figura de São Paulo que foi uma das criaturas mais insanas que tive a oportunidade de encontrar. Típico de Conquista; nas minhas "noites que duram", já vi e vivi coisa que a maioria esnobe das capitais são incapazes de acreditar.

E é aí também que reside a feiúra conquistense: na idéia de que tudo chega aqui causando a impressão de o mundo lá fora não ser importante. Ridículo, né? Entretanto, boa parte das pessoas acreditam piamente nisso; e não falo dos desprovidos de grana e educação formal, a elite conquistense é um exemplo clássico de burriquisse. Conquista tem o poder de acomodar as pessoas numa pseudo-qualidade de vida. O tedioso ideal burguês de ter tudo o que se pode comprar numa capital [luxo, cultura e etc], ao mesmo tempo que não se sente as mazelas de uma capital.

Se Bocas do Inferno e Caça-Vampiros fossem realidade, pode apostar que Conquista estaria bem em cima de uma dessas fendas entre universos diferentes e divergentes. Mas nem todo mundo aqui dorme no escuro do limbo, achando que só por não estarem sendo punidos estão, portanto, no paraíso. Pessoas do grupo b e c são muitas e cada vez mais presentes na cena importante da cidade. Daí importante acreditar no Found in Limbo, que talvez se nos esforçarmos poderemos um dia acender alguma luz - não para salvar a todos, não me atenho a tais utopias, mas que pelo menos quem queria partir, parta.

Disse que esta noite me reencontrei com o motivo de ter voltado para cá; ele me encontrou de novo quando uma amiga conquistense disse ter largado o emprego de 11 anos e está planejando uma viagem de descanso ao paraíso baiano de Boipeba, me perguntando porque diabos tenho perdido tempo aqui.

Eu não acredito em perca de tempo. Nem mesmo quando se está inconsciente da perda. Cada um tem o seu tempo e sua forma de lidar com ele, e ao me questionar ela apertou sem saber o botão da memória, tirando de mim exatamente a mesma resposta que com o tempo foi adormecendo em mim: "Conquista é meu lugar de aprendizagem, daqui vou sair com forças para qualquer lugar."

Só quem já saiu daqui e voltou, ou viveu em tantos outros mundos antes daqui, sabe o que estou dizendo. E hey, eu me encaixo nos dois casos.

*meus conceitos da dicotomia fraco/forte são bem específicos e de certa forma idealistas.
[Musique: Limbo - Kylie Minogue]

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Casamento de Rachel

Por todos os meus 22 anos eu só estive presente em dois casamentos: o dos meus pais - eu deveria ter alguns pares de meses intra-ulterinos - e o de um dos irmãos de minha mãe [nem lembro minha idade na época]. Mas casamentos sempre estiveram presentes em minha vida imaginária, literária, cinemática e especialmente nos finais de novela.

Acabei de rever O Casamento de Rachel, filme pelo qual Anne Hathaway foi indicada ao Oscar este ano. Uma das mais intensas experiências cinematográficas que já tive, mesmo pela segunda vez. Jenny Lumet [roteirista] e Jonathan Demme fizeram um filme no qual trataram de amor e dor em formas tão sublimes e honestas que chegaram a ser desconfortáveis. Para mim, este approach trouxe à tona uma série de sentimentos e desejos tão secretos que eu mal sabia que os tinha.

Kym [Hathaway] sai da rehab para o casamento de sua irmã Rachel [Rosemarie DeWitt, que brilha em cada cena, tornando-se linda especialmente nos momentos mais tensos]. O casamento dela foi uma reunião inspiradora de amigos e familiares artistas, no qual a música se fazia presente [dando ao filme um feeling de musical] ao mesmo tempo que todos os dramas familiares apareciam de forma tão chocante quanto inevitável.




Apesar da minha pose sisuda e às vezes indiferente a certos idealismos, sou uma pessoa que compartilha sonhos comuns à maioria da população romântica do planeta. Minha acupunturista diz que sou alguém fortíssimo, mas capaz de se desfazer se forçado no ponto exato. Por mais ingênuo que soe para alguém como eu, vivente de uma sociedade preconceituosa e às vezes bem cruel, quero não apenas casar, como ter uma cerimônia na qual meus amigos e família estejam presentes compartilhando o momento.

Porém, nunca havia imaginado como seria ou como gostaria que fosse antes de ver este filme. A presença de todo o drama, dor, mas tudo sempre atrelado a um amor que unia a todos ali [e uma vontade de manter aquele amor o tempo todo]... isso no filme me fez constatar que eu nunca poderei imaginar como será quando chegar minha vez, o que eu falaria na hora de fazer meus votos, como me sentiria. São sentimentos e projeções que a arte nos permite, mas, quando belamente executadas, como no caso deste filme, apenas nos fazem constatar que nunca saberemos até que o momento real chegue.

Ainda assim, os desejos existem e às vezes eles vêm pungentes e tão reais quanto um filme.
[Musique: Este filme é tão cheio de uma música tão linda e presente, que eu nunca consigo substituí-la por um bom tempo após assistí-lo.]

Saudadonna

Eu não consigo parar de dançar. Eu não sei mais colocar uma melodia ultra fossa e sofrer com ela. Há alguns minutos tentei ouvir bolero; amey mas não durei nem 5 músicas.

Definitivamente eu devo ter virado um discípulo de Tony Manero e só consigo resolver minhas agruras na pista de dança, pois logo troquei por Sophie Ellis-Bextor e acabei me lembrando como é gostoso lidar com o coração enquanto todo o corpo se rebela contra a depressão. Se Kylie foi quem me atentou para o poder curador do dancefloor, é Ellis-Bextor minha terapeuta oficial.

Há um gosto meu no fato de que ela não é tão famosa quanto Minogue, me fazendo sentir uma certa discrição. As pessoas podem conhecer bem os singles, especialmente Murder On The Dance Floor, ou algum álbum - mas poucos sabem das jóias secretas contidas neles. Em Trip The Light Fantastic [2007] mesmo há canções de dancefloor que são perfeitas para momentos bipolares em que todos os sentimentos obscuros não são suficientes para impedir seu corpo de sair por aí dançando.

If You Go [composta e produzida em parceria com Xenomania] fala em ser honesto quando há problemas de relacionamento, mas suas batidas otimistas e frisantes transmitem uma vontade de revisar e concertar as coisas. Baladas como Today The Sun's On Us [meu 2o lugar em 2007] e The Distance Between Us são um tanto mais harcore. A primeira possui o mesmo otimismo recorrente no álbum: a letra explana sobre enxergar o lado bom das coisas, quando seria mais fácil sucumbir, ao mesmo tempo que a música te leva para paisagens introspectivas; a segunda, apesar da letra sentimental e rasgada, e ser uma indiscutível balada, possui uma bateria com personalidade dos anos 1980 que, associada aos efeitos do ElectroPop contemporâneo, possibilitam mexermo-nos o quanto quisermos.

Outra característica que faz de Sophie uma expert neste tipo de catarse é sua voz levemente áspera que transforma as canções e suas líricas em amigas íntimas. Não é difícil viajar na idéia de ter Bextor cantando bem próxima a nós. Esse tipo de vivacidade é puro Drama Pop, e da melhor qualidade! Provavelmente por isso que os Freemasons escolheram Sophie para dar voz ao próximo single deles, previsto para dia 15 de junho no UK, e que se chama: Heartbreak Make Me A Dancer.

Familiar, uh?

[Musique: The Distance Between Us - Sophie Ellis-Bextor]

sábado, 11 de abril de 2009

End Of A Rut?

Sábado de Aleluia [hoje]:
"É curioso observar, Lucas, como muitas vezes passamos dias, às vezes até meses e anos mergulhados numa chateação ou ressentimento. Remoemos aquilo, até que de repente - bum! - a coisa passa. Em geral, são nos ciclos positivos de Marte com a Lua que a pessoa simplesmente 'espana a poeira' e se livra de emoções chatas que não lhe servem mais. E este momento, para você, é agora!"
Quarta-feira, após cerca de 27 agulhadas, confessei a minha acupunturista que "talvez" [note o eufemismo] eu precise de um namorado afim de reduzir minha ansiedade; após ela prontamente concordar com a idéia de um relacionamento, explanamos sobre este assunto em minha vida e chegamos à minha rotina: os garotos que trazem um sentimento de possibilidade vêm com anexos fadiguentos do passado.
Houve um protótipo desta rotina em Marília, que se fixou com alguém conquistense e tem perdurado desde sempre, até o primeiro cara com que transei era compromissado [detalhe: com uma mulher]. Minha terapeuta achou engraçado e triste... eu acho graça, mas isso tudo é bem triste.
Quinta-feira, após uma garrafa de sauvignon blanc e algumas caipirinhas nos engajamos num Jogo de Verdade ou Consequência e a fixação da minha rotina me revelou que ela nunca existiu. Nunca houve um pentelho do passado, mas sim uma covardia em lidar com o que era iminente.
Sexta-feira, uma amiga me pergunta como estou e foi bem fácil responder que estava "nas nuvens, mas bem pesado". Após a revelação de que provavelmente a minha rotina de "homens com histórico" nunca existiu e pode muito bem ter sido uma reação inconsciente em não aceitar a rejeição [porque, girls, não importa o quão Independent Woman Part I sejamos, na hora da rejeição amorosa somos todas noobs], declarei logo que quem perdeu foi ele, mas que agora era bem compreensível para mim o porquê da crush ainda existir de alguma forma, em algum nível.
Eu conseguir ter dito aquilo na quinta foi um grande feito para meu ego. Uma coisa é admitir para si, outra é jogar na roda, que algo que pelas leis da aparência jamais deveria ser dito fora do divã do analista. Por isso o peso, apesar da cabeça nas nuvens. Mas esta leveza se concretizou ao ler a citação do topo no meu horóscopo... e pelo visto das outras fontes astrológicas, é um momento de auto-renovação.
[Musique: Rolling Back The Rivers In Time - Girls Aloud]