Ontem à noite encontrei com duas amigas, tomamos umas cervejas, fumamos e conversamos. Elas contavam como no Universo Paralello, especialmente depois do Reveillon, as pessoas têm noções de tempo diferentes, criando assim diversos universos convivendo num só.
Ontem, também, comecei a assistir Amarcord de Fellini e, conforme eu chegava no fim, ia tomando ciência de que justamente o mais adorável dos filmes dele é essa aparente não-coesão dentre os acontecimentos. Dos dois filmes que vi dele, este e A Doce Vida, ambos são recheados de acontecimentos quase soltos das vidas das personagens. 
*la gradisca [centro]*
É sabido que o filme é meio autobiográfico, mas nenhuma das histórias leva a outras ou a um clímax geral, digamos que o filme não é sobre um fato específico daquela cidade, nem mostra os acontecimentos como tijolos para este fato. E aí reside a genialidade do roteiro, pois ele se aproxima ao máximo da vida.
Ontem também vi um vídeo noob sobre isso, sobre a vida ser feita de acontecimentos. E na nossa percepção diária [e limitada] do tempo é assim que as coisas se apresentam. A maioria de nós [acho que graças a dios] não vive pensando que cada ação instantânea é pavimento para o futuro, apenas vivemos e pronto. Mas por saber disso e ser obcecado pelo tempo que acredito nas recordações e em mantê-las vivas dentro de mim.




