"...who'd have known, when you flash upon my phone i no longer feel alone"

- Lily Allen

BitchyList

domingo, 8 de junho de 2008

Bons Momentos, Maus Momentos

Viver com gente é tão fácil quanto gente viver conosco. Deu pra entender? Eu estou longe de ser perfeito, mas como li hoje no guia diário da Cabala, o lance não é alcançar perfeição - nunca chegaremos lá - mas, sim, nos esforçarmos em busca dela.
Há mais ou menos dois meses, eu mais três dos meus melhores amigos fizemos um photoshoot para um congresso qualquer aí e as fotos ganharam mais atenção do que esperávamos. Contudo, um consenso entre nós é que, por mais que as fotos tenham ficado [modéstia à parte] maravilhosas e as pessoas tenham se empolgado com elas mais do que imaginamos, o processo de produção foi o mais gratificante de tudo. Isso é um exemplo prático do que citei da Cabala. Mas o que fazer quando de repente você é posto em prova?
Ontem à noite eu me irritei profundamente com o ego de um dos meus amigos. O dele entrou em cena cutucando o meu e por mais que eu achasse estar correto, o fato de eu me irritar e até mesmo pensar estar certo é prova que o meu ego também reagiu. "Listen, we all react. We aren't angels."
Apesar de pensar que reações bruscas como discutir e procurar falar mais alto do que a pessoa que feriu seu ego são inúteis, eu acho que após uma certa auto-análise deve-se demonstrar de alguma forma que uma barreira foi ultrapassada ali, que [se for o caso] não só seu ego foi alfinetado, mas um limite de boa convivência foi ultrapassado e que as partes devem resolver algum problema. Ontem, eu demonstrei isso com ações. Meu olhar se endureceu, meu tom de voz ficou mais obscuro e em pouco tempo eu escolhi sair, ao invés de me expor mais ao que me incomodava - escolhi sair para não explodir. Ainda assim, eu reagi.
Quando cheguei em casa eu estava raivoso! Eu praticamente espumava, de forma que não me concentrava em bulhufas que estava fazendo e resolvi ir dormir. Fui dormir com raiva da situação, raiva de mim mesmo por não ter falado o que pensava no momento do ocorrido, raiva do meu amigo por ser desatento quanto às suas ações... ou seja, lá estava Lucas e seu cérebro [aka ego] reagindo como uma serpente reage diante do movimento.
Aí agora de manhã, depois de uma surpreendentemente boa noite de sono [considerando as pequenas dores provenientes dos recém-feitos piercings em meu nariz e orelha], eu acordei com Nelly Furtado cantando Do It. Escolhi essa música para me despertar todos os dias porque ela sempre me dá uma sensação de musical: quando a protagonista acorda e sai dançando enquanto se prepara para iniciar o dia.
Ao levantar e balançar os quadris o tanto que meu corpo ainda dormente permitia, percebi que ainda tinha ego, mas ele estava mais preocupado com meus piercings do que com a noite anterior. E seguindo o praxe sentei aqui para abrir meus emails e lá estava o guia da Cabala esperando por mim:

"Cabala não tem a ver com atingir perfeição — tem a ver com lutar por perfeição. Não vamos conseguir a perfeição e aí o mundo vai mudar. O mundo vai mudar quando pessoas suficientes começarem a buscar perfeição.
Olha, todos reagimos. Não somos anjos. Mas se estamos apenas atentos e procurando não reagir, o ato de lutarmos e sermos - mais vezes sim que não - um tanto bem sucedidos nisso é ajudar a alçar a imortalidade para todo o mundo.
Hoje, faça um esforço maior em proagir. Quando vier alguém que você não gosta, corra até ele com amor e compreensão. Faça o contrário do que normalmente faz."


Talvez, 8 de junho tenha de alguma forma chegado mais cedo para mim...
[Musique: Shine - Estelle]