"...who'd have known, when you flash upon my phone i no longer feel alone"

- Lily Allen

BitchyList

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Oscareiro: Marion e Cate

Pra começar: odiei Elizabeth 2 porque é um filme bem ruim e exagerado. Mas geralmente eu desisto e me divirto com o ruim e exagerado!! 300, por exemplo, se fosse apenas podre eu teria dormido no cinema, mas havia abdômens exageradamente pelados, então foi ótimo. Mas 300 não teve indicação ao Oscar por simples tabela e detrimento de outrem; em circunstâncias normais eu daria um belo dedo e adoraria a super-trabalhada bregueira do filme de Shekhar Kapur, mas, sim, estou obcecado e não tenho nada melhor para fazer com meu tempo.
Porém, em minhas [indiretas] discussões intelectuais com the ho, eu li em sua crítica:

Mas minutos depois ela começa a gritar "Mantenho minhas cadelas sob rédea curta", você se pergunta quando que Blanchett parou de representar Elizabeth e uma louca Norma Desmond chegou para fazer a Rainha de Copas de "Alice no País das Maravilhas".

Mesmo sendo essa a melhor descrição da atuação de Blanchett, me fazendo rir descontrol e, ainda assim, pensando que o filme é uma merda e não merecedor de tal indicação, senti que poderia ter tentado e me divertido mais. Outro dia eu vi o primeiro Elizabeth na TV e me perguntei como um bom filme poderia se transformar numa Mariah Carey feat. Cher Tour! O caso é que sempre que penso n'A Era de Ouro e sua indicação a Melhor Atriz, penso em todas os desempenhos e filmes melhores que não foram indicados, devido ao fato de a Academia achar que deve nomear Cate para tudo. Argh, whatever,ela é tão boa que até sua má atuação é convincente.


Contudo, há a outra mulher. A francesa capaz de transformar um filme chato, como Piaf - Um Hino Ao Amor, em assistível [ao menos uma vez]: Marion Cotillard. "Piaf" foi tão desapontante que no começo nem liguei muito para Cotillard. Porém, tomei chá de sentidos e percebi uma atuação que ia além da mímica. Quando comparamos "Piaf" a Ray the ho disse:

a better version of myself: temos que nos perguntar o que nos impressionou em Marion que não nos fez mover um nervo em Ray?
)( Lucas Silvertongue)( Dressed In Red: diga-me sua teoria
a better version of myself: Penso que a questão está no quão humilde Marion está. Tudo em Jamie Foxx era pegar os tiques e a celebridade Rayniana de Ray Charles, enquanto Marion representou primeiro Edith como uma mulher e, depois, como uma diva internacional. Amo aquela cena em que ela canta pela primeira vez, quando você vê todo o medo nos olhos dela, mas quando ela abre a boca ela derruba geral das cadeiras.

Então, foi ali que comecei a pensar pela primeira vez, como cinebiografias [musicais] pretendem mostrar o lado humano dos artistas, mas acabam mantendo-se no mito. Então, concluímos que o que faz uma atuação próxima da realidade são os detalhes. Mencionei o jeito de dançar de Reese Witherspoon em Johnny e June; enquanto Jose citou: "a risada anjoada de Marion. Você imagina Edith rindo daquela forma vulgar? [...] Sim! Ela foi criada por prostitutas e viveu muito nas ruas, ela não era nenhuma Grace Kelly."


E o fator enfeiamento também foi mencionado:

a better version of myself: e por mais que o filme seja uma merda, Marion é indiscutivelmente brilhante.
)( Lucas Silvertongue)( Dressed In Red...: exatamente, eu não sabia que era tão jovem ho! De alguma forma me sinto feliz por não ter sabido nada sobre ela [Marion] antes de ver o filme.
a better version of myself: e bonita também
)( Lucas Silvertongue)( Dressed In Red...: exatamente, [e] não me senti irritado com o enfeiamento. Até achei que Marion fosse, na verdade, dessas legendárias atrizes francesas que fazem vilmes de vez em quando.
a better version of myself: mas será que é enfeiamento total?
)( Lucas Silvertongue)( Dressed In Red...: eu sei. Não é SÓ enfeiamento. Como [Halle] Berry.
a better version of myself: Quero dizer, Piaf não tinha uma beleza clássica, mas era bonita de sua forma. E acho que [Charlize] Theron e [Hilary] Swank são casos piores que Berry.

Concluindo, apesar de "Piaf" não ser o filme que esperamos que fosse, ele tinha boas intenções ["porque a cinebiografia musical precisava de uma sacudida", disse the ho], e mais Cotillard faz dele uma obrigação, apenas por seu genial e cativante desempenho. É por isso, que acredito que ela capturou a aura de Piaf, a fez sua e devolveu em atuação que explode em vivacidade. Por esta razão, se Marion ganhar o Oscar eu não fiquei com raiva.

- Oscareiro anterior:
Juno
[Song: Before Departure - PJ Harvey]

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