Acredito que até então todos os brasileiros têm acompanhado o caso de Geisy Arruda, estudante da universidade de facistas paulista, Uniban. Agora a Delegacia da Mulher vai entrar mais incisivamente na ação após a expulsão de Geisy da dita "universidade" e a União Nacional dos Estudantes juntamente com grupos de proteção às mulheres prometem manifestações na porta da Uniban.
Deixando de lado a dramatização "manoel-carlística" usual do brasileiro, é de grande importância que isso esteja acontecendo. Deve-se agora enxergar além do maniqueísmo ofensor/vítima e perceber um passo importante em direção a mudanças de paradigmas da sociedade brasileira.
Hoje mais cedo, uma amiga mandou-me via orkut o link de uma entrevista com o escritor João Silvério Trevisan, sobre a nova edição de seu livro Devassos no Paraíso. Em um trecho do livro, destacado pela IstoÉ, Trevisan menciona a famigerada confusão entre tolerância e hipocrisia feita pelos brasileiros. Isso me remeteu a um capítulo do livro Carnavais, Malandros e Heróis, de Roberto Da Matta, que li recentemente para a faculdade, sobre como o brasileiro esconde sua faceta mais preconceituosa atrás do "orgulho da mestiçagem" e, portanto, tolerante.
O texto desconstrói tal imagem através do culto brasileiro do "Você sabe com quem está falando?", sentença recorrente nas falas de praticamente todas as camadas sociais brasileiras que, juntamente com seu preconceito, é hipocritamente mascarada com o sorriso amarelo da [falsa] tolerância.
Da Matta, no capítulo supracitado, ainda cita comparações feitas pelo autor brasileiro Érico Veríssimo, em seu livro A Volta do Gato Preto, entre as sociedades brasileira e norte-americana; de forma análoga pode-se resumir as comparações com a honestidade americana quanto aos seus preconceitos, coisa que aqui fica perdida na hipocrisia do "povo alegre e tolerante." [Não louvo o preconceito americano, porém reprovo vigorosamente a hipocrisia brasileira.]
A história de Geisy versus o facismo endorsado e repercutido pela Uniban e seusclientes alunos é a prova do quão involuída a nossa sociedade ainda é. Protestos e investigações jurídicas contra a Uniban são mais que bem-vindos, especialmente num país que insiste em manter os paradigmas patriarcais e machistas de sua história.
Se eu morasse na grande São Paulo, eu certamente tentaria me deslocar com esses grupos para qualquer protesto contra esta pseudo-universidade, para que, principalmente, ela possa ser lembrada que uma Universidade, em sua essência, é espaço de discussões e aberturas ideológicas, não o reforço de paradigmas preconceituosos disfarçados de "princípios de dignidade e moral".
[Musique: Live To Tell - Madonna]
Deixando de lado a dramatização "manoel-carlística" usual do brasileiro, é de grande importância que isso esteja acontecendo. Deve-se agora enxergar além do maniqueísmo ofensor/vítima e perceber um passo importante em direção a mudanças de paradigmas da sociedade brasileira.
Hoje mais cedo, uma amiga mandou-me via orkut o link de uma entrevista com o escritor João Silvério Trevisan, sobre a nova edição de seu livro Devassos no Paraíso. Em um trecho do livro, destacado pela IstoÉ, Trevisan menciona a famigerada confusão entre tolerância e hipocrisia feita pelos brasileiros. Isso me remeteu a um capítulo do livro Carnavais, Malandros e Heróis, de Roberto Da Matta, que li recentemente para a faculdade, sobre como o brasileiro esconde sua faceta mais preconceituosa atrás do "orgulho da mestiçagem" e, portanto, tolerante.
O texto desconstrói tal imagem através do culto brasileiro do "Você sabe com quem está falando?", sentença recorrente nas falas de praticamente todas as camadas sociais brasileiras que, juntamente com seu preconceito, é hipocritamente mascarada com o sorriso amarelo da [falsa] tolerância.
Da Matta, no capítulo supracitado, ainda cita comparações feitas pelo autor brasileiro Érico Veríssimo, em seu livro A Volta do Gato Preto, entre as sociedades brasileira e norte-americana; de forma análoga pode-se resumir as comparações com a honestidade americana quanto aos seus preconceitos, coisa que aqui fica perdida na hipocrisia do "povo alegre e tolerante." [Não louvo o preconceito americano, porém reprovo vigorosamente a hipocrisia brasileira.]
A história de Geisy versus o facismo endorsado e repercutido pela Uniban e seus
Se eu morasse na grande São Paulo, eu certamente tentaria me deslocar com esses grupos para qualquer protesto contra esta pseudo-universidade, para que, principalmente, ela possa ser lembrada que uma Universidade, em sua essência, é espaço de discussões e aberturas ideológicas, não o reforço de paradigmas preconceituosos disfarçados de "princípios de dignidade e moral".
[Musique: Live To Tell - Madonna]
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