Quando na sexta vi no IMDb que era aniversário de Audrey Hepburn eu imediatamente decidi homenageá-la com uma maratona Hepburn assim que chegasse em casa da facult; mas cheguei tão cansado que tive que escolher um, assistir três filmes seguidos seria tortuoso. Muitos escolheiram Bonequinha de Luxo de cara, mas apesar de amá-lo, diferentemente dos outros títulos que tenho, eu já o vi umas tantas milhões de vezes. Então escolhi A Princesa E O Plebeu [APEOP]: primeiro sucesso de Audrey em Hollywood, e seu primeiro e único Oscar [não conto os honorários].
Nessa segunda vez em que assisti esse clássico da Paramount, imaginei como seria se Audrey tivesse tido a chance de trabalhar com Woody Allen. Isso porque o senso de naturalidade de sua atuação é tão vibrante que até em momentos extravagantes e improváveis como em APEOP, você ainda consegue sentir como se fossem as coisas mais prováveis de se acontecer.
Bem, nele Audrey é a jovem Princesa Ann que por razões políticas está fazendo uma turnê pela Europa. Na sua parada em Roma ela está claramente cansada e entediada, como qualquer jovem se sentiria, e decide fugir, para desta maneira experienciar a excitante vida noturna de da capital italiana. Então, coisas acontecem e ela acaba passando o dia seguinte com um furtivo e mal-intencionado reporter americano [um maravilhoso e absolutamente charmoso Gregory Peck] que, percebendo estar em compainha de tal nobreza, pretende fazer uma bombástica matéria sensacionalista sobre sua visita. Como muitos outros clássicos, esse filme virou ícone de cultura pop e já foi imitado por vários outros filmes e mídias [até mesmo Sabrina, a bruxa adolescente]; então é sempre uma diversão tentar lembrar em quais outros filmes já vi aquelas cenas.
Apesar de pequenas falhas, [praticamente não vemos o romance de Ann e Joe Bradley crescer, você apenas sabe que ele acontecerá e ele apenas acontece,] superficialmente este é um filme na premisa básica do cinema: entreter; mas claro, há mais nele do que vêem os olhos. Enquanto você segue as aventuras deles no lindos e históricos pontos turísticos romanos, você experiencia o amadurecimento de uma jovem mulher. Ann parte de uma garota inocente impactada por seus inevitáveis deveres políticos, para uma uma mulher consciente de sua importância para seu país; e ela chega a isso vivendo - mesmo que por um dia somente - sua vida como ela gostaria e fazendo coisas esperadas de uma adolescente normal [mesmo que a idade dela nunca seja especificada]. Isso fica claro quando ela entra no salão de beleza e corta seu cabelo, como num ato de desejo por independência, e nos faz pensar se os jovens devem realmente amadurecer cedo demais, como hoje em dia, perdendo assim coisas importantes que os moldarão para o resto de suas vidas.
Audrey Hepburn parece, em cada momento, estar em perfeito conhecimento disso e possui Ann com sublime e sutil atuação [a cena em que ela descobre que Joe e Irving são jornalistas é orgásmica!]. Durante as filmagens Gregory Peck delirou sobre a performance de Hepburn e disse que ela deveria e iria ganhar o Oscar de melhor atriz naquele ano, por seu retrato da jovem Ann. Pois bem, ela ganhou, derrotando estrelas estabelecidas e geniais como Ava Gardner e Deborah Kerr [como a misteriosa e hipnotizante Karen Holmes em A Um Passo Da Eternidade].
Todas as cores, músicas e vida vibrante em Moulin Rouge! disfarça uma profunda e triste história de amor. Todos sabemos que aquele final é para lá depressivo, mas poucos percebem que ele é a culminação de uma série de elementos que têm sido mostrados desde o começo. O fato de sabermos da morte de Satine nos primeiros dez minutos é um aviso de que não estamos vendo um musical alegrinho. Para mim, este é um dos mais obscuros e heartbreaking filmes já feitos; decidi vê-lo devido à sincronia da vida e estava ciente de que seria uma experiência lacrimosa.Nessa segunda vez em que assisti esse clássico da Paramount, imaginei como seria se Audrey tivesse tido a chance de trabalhar com Woody Allen. Isso porque o senso de naturalidade de sua atuação é tão vibrante que até em momentos extravagantes e improváveis como em APEOP, você ainda consegue sentir como se fossem as coisas mais prováveis de se acontecer.
Bem, nele Audrey é a jovem Princesa Ann que por razões políticas está fazendo uma turnê pela Europa. Na sua parada em Roma ela está claramente cansada e entediada, como qualquer jovem se sentiria, e decide fugir, para desta maneira experienciar a excitante vida noturna de da capital italiana. Então, coisas acontecem e ela acaba passando o dia seguinte com um furtivo e mal-intencionado reporter americano [um maravilhoso e absolutamente charmoso Gregory Peck] que, percebendo estar em compainha de tal nobreza, pretende fazer uma bombástica matéria sensacionalista sobre sua visita. Como muitos outros clássicos, esse filme virou ícone de cultura pop e já foi imitado por vários outros filmes e mídias [até mesmo Sabrina, a bruxa adolescente]; então é sempre uma diversão tentar lembrar em quais outros filmes já vi aquelas cenas.
Apesar de pequenas falhas, [praticamente não vemos o romance de Ann e Joe Bradley crescer, você apenas sabe que ele acontecerá e ele apenas acontece,] superficialmente este é um filme na premisa básica do cinema: entreter; mas claro, há mais nele do que vêem os olhos. Enquanto você segue as aventuras deles no lindos e históricos pontos turísticos romanos, você experiencia o amadurecimento de uma jovem mulher. Ann parte de uma garota inocente impactada por seus inevitáveis deveres políticos, para uma uma mulher consciente de sua importância para seu país; e ela chega a isso vivendo - mesmo que por um dia somente - sua vida como ela gostaria e fazendo coisas esperadas de uma adolescente normal [mesmo que a idade dela nunca seja especificada]. Isso fica claro quando ela entra no salão de beleza e corta seu cabelo, como num ato de desejo por independência, e nos faz pensar se os jovens devem realmente amadurecer cedo demais, como hoje em dia, perdendo assim coisas importantes que os moldarão para o resto de suas vidas.
Audrey Hepburn parece, em cada momento, estar em perfeito conhecimento disso e possui Ann com sublime e sutil atuação [a cena em que ela descobre que Joe e Irving são jornalistas é orgásmica!]. Durante as filmagens Gregory Peck delirou sobre a performance de Hepburn e disse que ela deveria e iria ganhar o Oscar de melhor atriz naquele ano, por seu retrato da jovem Ann. Pois bem, ela ganhou, derrotando estrelas estabelecidas e geniais como Ava Gardner e Deborah Kerr [como a misteriosa e hipnotizante Karen Holmes em A Um Passo Da Eternidade].
O contraste entre o carnaval de cultura pop e o melodrama do roteiro é feito por Baz Luhrmann de uma maneira brilhante e tão glamurosa que você não pode evitar que seu queixo caia, seus olhos molhem, seus corpo se arrepie; os cenários e figurinos kitsch e exagerados ficam maravilhosamente alegres quando você ouve todas aquelas canções coladas de maneira perfeita, como a trilha sonora de nossas vidas. Quero dizer, se sua vida fosse um musical, seria repleto de canções que você escuta todo dia; então, é puro prazer assistir a Moulin Rouge e cantar junto todas as músicas, como se você estivesse ouvindo uma coletânea.
Daí tem a tal da Kidman deslumbrando-nos com sua pele alva e cabelo violentamente vermelho, combinados a uma embasbacante fotografia azul. Para mim, em MR, Kidman está no auge de sua carreira; esta é minha performance favorita até agora, porque ela faz absolutamente tudo: canta, dança, desce de um trapézio, faz comédia, romance e drama, tudo em seus primeiros dez minutos de cena. Depois disso sua Satine nos dá uma montanha-russa de emoções e carisma tão difícil de se encontrar [e ainda aqueles velhacos FDP deram o Cara Careca para aquela odiosa Halle Berry]. Posteriormente, quando aquele danado garoto Christian [o sempre lindo e perfeito Ewan McGregor] a canta aquela música, aquela mesma que todos chamamos de nossa, é impossível não torcer pelo amor deles.
Oh, e tem Kylie Minogue! Levaram-se milênios para descobrir que a Fada Verde era ela, mas agora sempre que vejo o filme, fico aguardando ansiosamente o momento em que ela pulará da garrafa de absinto e transformará The Sound Of Music numa coisa sexy e tarada. Ela estar em tal projeto me faz amar Baz ainda mais, significando que ele está ligado a cada aspecto do culto [pop], inclusive deuses subestimados como Minogue. A ponta de Kylie é uma daquelas surpresas adoráveis que você tem quando vê um filme, e uma das várias que há neste. Eu absolutamente adoro quando Christian e Satine voam para o telhado em Your Song e a referência a Cantando Na Chuva; ou os fogos de atifício em forma de coração em I Will Always Love You [sem mencionar todo o Elephant Love Medley]; e cara!, nem digo de Material Girl em Diamonds Are A Girl's Best Friends.
Então no fim, a colagem pop de Baz é como um musical deve nos fazer sentir, porém melhor: simplesmente porque ele transforma o mundo num lugar mais feliz e bonito, apesar de sua obscuridade. E já que eu sou/adoro experiências catárticas, esse filme é essencial para quando estou melancólico e romanticamente abalado; fica aí a dica.
Tempos atrás, eu e the ho conversávamos sobre como Almodóvar transforma suas atrizes em mulheres gostosas e desejáveis, mesmo quando não são tão bonitas; um ótimo exemplo é Rossy De Palma. Ano passado ele transformou Penélope Cruz novamente numa mulher de verdade, deixando para atrás a imagem americanizada que Hollywood a impôs. Então, depois de Moulin Rouge, eu vi Fale Com Ela pela segunda vez e essa idéia me veio à mente de novo. O jeito que Rosario Flores parece tão masculina é apenas uma casca que cobre a incrível feminilidade que ela exala sempre que está em cena.
Porém para mim, nesta obra-prima de 2002 Pedro fala mais de uma palavra dificílima de ser traduzida para outras línguas: saudade. Isso que sentimos quando sentimos tanta falta de alguém, que nossa energia fica presa em nostalgia. E neste filme ela é retratada de um jeito de partir o coração, mas, ainda assim, interessante, como só Almodóvar sabe fazer. Marco sentia tanto a falta de sua esposa problemática que ele chorava sempre que vivia algo sublime e emocionante. Por que? Porque ele não a tinha por perto para compartilhá-los. Saudade, mi amigos.
Outra coisa que me cativou nessa segunda vez foram os adoráveis flertes que ele faz com o Brasil. Vocês sabem que Caetano canta Cucurrucucú Paloma nele; porém antes disso, na primeira cena de tourada a música tocada é Por Toda A Minha Vida, de Elis Regina e Tom Jobim; depois Marco cita uma música de Jobim para Lydia [Insensatez]; e dentre os guias de viagem escritos por Marco, há um do Brasil.
Hable Con Ella, pelo fim, transforma-se num lindo ensaio sobre a solidão com pitadas de saudade, onde Almodóvar brilha em seu estilo de homenagear a arte do Cinema [desta vez a era muda] e usando polêmicas tramas; mas para mim, esse é um filme que tem um fim tão luminoso e cheio de esperança que reassegurou em mim o "poder do adeus"; mas também incitou meu desejo por amor. E não estou falando de sexo.
[Song: Lamb - Gorecki]
Um comentário:
Heya! I linked you, as you wished. :)
It's so cool that you speak another language, I'm assuming it's Portuguse. I'm learning Spanish at school, but Portuguese seems so much prettier!
And also, this is so freaky, my favourite Mika songs are exactly the same as yours - Happy Ending, Love Today, and especially, Lollpop.
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