"...who'd have known, when you flash upon my phone i no longer feel alone"

- Lily Allen

BitchyList

terça-feira, 8 de maio de 2007

Indie Pop Descontrol

Okay, gosto indie pop; não tanto quanto gosto do mainstream, mas gosto. Então, música indie ficou hype e mainstream aqui; culpo a MTV, claro, mas já que eu costumo dirigir minha atenção aos subestimados, estou meio que ignorando a cena indie rock e me ligando ao lado pop do indie, que, neste caso, é mais omitido.
Outro dia me deu uma vontade de revisitar um artista que teve um hit em 2002 mas, depois de alguns singles bem sucedidos, caiu no ostracismo da mídia: Vanessa Carlton. Todo mundo conhece A Thousand Miles e seu clipe bonitinho à lá road movie. Mas poucos sabem o quão geniais e bonitos são seus dois álbuns. Chamo-os de "Álbum de Inverno" [Be Not Nobody - 2002] e "Álbum de Verão" [Harmonium - 2004]. Seu debut tem uma arte bem luminosa, mas uma audição mais atenta leva ao fato de que não há muita luz em suas músicas. Letras como as de Rinse e Sway, ou até mesmo A Thousand Miles, são cheias de mágoa e tristeza; até a doce balada Pretty Baby ou a maravilhosa Ordinary Day têm, de alguma forma, pitadas de tristeza e um comportamento reclusivo similar ao do inverno [minha estação favorita, devo dizer], quando os animais hibernam. A osquestra, arranjada e conduzida pelo chefão do pop Ron Fair [que produziu hypes como Aguilera, Ashlee Simpson e The Black Eyed Peas], está presente pelo álbum de uma maneira penetrante, transmitindo com perfeição o tom profundo das canções.
Seu segundo não é menos profuno. Porém, num paradoxo reprisado, fato que adoro em seus dois trabalhos, Harmonium, que possui músicas mais esperançosas e luminosas, tem uma arte mais obscura. Logo no primeiro single, a primeira faixa White Houses, podemos de cara ver que Carlton tomou um caminho mais otimista. A canção, sobre adolescência e saída para o mundo no ato de cometer os erros necessários para o crescimento, tem um piano aparentemente desajeitado que ao longo da música cresce e amadurece. Notou a metáfora? Posteriormente temos uma coleção de canções que soam perfeitas para as férias de verão, numa casa decadente repleta de amigos dispostos a ter diversão e primeiras experiências. Who's To Say tem um maravilhoso olhar sobre o amor, Afterglow fala de viver sem remorso e Private Radio é pura diversão.

Daí tem Nelly Furtado. Talvez você se pergunte o que há de indie nela, isso porque só vem à sua mente sua atual reinvenção. Mas antes de sua metamorfose numa [como estúpidos diriam] puta pop ela era uma garota inquieta e ansiosa, vestindo jeans folgados e mega sorrisos. Mas falarei de seu injustiçado segundo álbum. Confesso que é o meu menos favorito, mas não é menos genial como tudo que ela tem feito.
Furtado em Folklore fica mais obscura. Acredito que o álbum falha em se levar a sério demais, mas não consigo não louvar a linda mistura de culturas que ela e os produtores Track & Field fazem nele. Aqui não há abundancia em hip hop como seu primeiro; ao invés disso há uma interessante e desprezada colagem de elementos folclóricos portugueses e música pop. One-Trick Pony [com participação do Kronos Quartet] é uma linda introdução que conduz à revigorante e ousada Powerless (Say What You Want). O álbum apresenta depois interessantes fusões como o samba-rap em Explode, o [contraditório] fado alegre Força, a blues Picture Perfect, que fala da vida imigrante, o assunto principal da obra, também presente em outras faixas deliciosas como Try, Fresh Off The Boat e Islando Of Wonder, que possui sample de Tonada De La Luna Llena e participação de Caetano Veloso.
Talvez essas mistura de referências culturais não tão conhecidas tenha sido o motivo do fracasso comercial de Folklore; Furtado pareceu estar fazendo um ábum obviamente para seu bel-prazer, não pensando na reação do público geral e, assim, nas vendas. Absolutamente não tenho nada contra isso, mas não é exatamente o que as gravadoras esperam. Mas ao fim, a nostalgia conitda do álbum é tão bem construída que você acaba sentido falta de uma série de coisas, mesmo que não as saiba exatamente definit [saudade de novo galere].

Minha terceira peça de indie pop está na verdade bem hype ultimamente. Todos amam Mika. Não há muito a se dizer sobre ele; Life In Cartoon Motion é um álbum da mais pura diversão, uma fofa colagem de Elton John e Scissors Sisters repleta de letras e melodias vibrantes. Completamente amo Love Today e Lollipop, mas [certamente] é a melancólica Happy Ending [clique para baixar] que tem dominado minha mente. Nem sei porque.
[Musique: White Houses - Vanessa Carlton]

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