"...who'd have known, when you flash upon my phone i no longer feel alone"

- Lily Allen

BitchyList

sábado, 31 de maio de 2008

NoobTimes: Balada do Stalker - Stepping In The Dark Side!

Ontem eu fiquei com a piriquita acesa por escrever logo de uma vez isso aqui, mas no fundo não havia tempo, la bohême já me esperava há algumas horas, mas juro juro que tava difícil sair e largar os amplificadores do computador estourando Missy Elliott nos meus tímpanos. Mas não é só dela a Balada do Stalker de hoje, e sim de todo um estilo o qual, como disse ontem, nem Madonna, com sua mais nova reinvenção, nem Mariah conseguiram me deixar tão curioso quanto Nelly Furtado o fez nos últimos dias. O estilo em questão é a bafônica Black Music, que tem variáveis bem mais ricas que o preconceito deixava eu ver.

Missy Elliott é uma rapper, disso não se tem dúvidas. Mas o que eu não sabia era que as produções de seus álbuns eram tão boas e conceituais. Amiguinha de Timbaland, eles foram dois dos responsáveis na revolução do Hip Hop ocorrida no fim dos anos 1990 - acrescentando batidas mais elaboradas, com loucurinhas que superavam a base repetitiva do Rap tradicional.

Mas Lucas, apesar de estar maravilhado em geral com o trabalho de Missy, escolheu como sua contribuição stalkerina uma das músicas mais bizarras da cantora: Get Ur Freak On, que já embalava meus sonhos de dancefloor, mas agora tem um gosto ainda melhor de novidade, considerando que seu gênero é sua mais nova curiosidade.

Porém, é Esthero, uma canadense que faz trip-hop que me mostrou a faceta mais saborosa da Black Music. Misturando Soul, Hip Hop, Rap [há diferenças entre os dois, mas isso é pra outra história] e música caribenha, lido assim o som de Esthero pode soar como um sambão do crioulo doido, mas em seu segundo álbum, Wikked Lil' Grrrls - por exemplo, - tudo é perfeitamente harmonizado, com uma produção tendo instrumentos entrando e saindo em tempos perfeitos, a orquestração das músicas é coisa de gente madura! E ela tem só 29 anos!!!

Segundo a lenda, depois de sair de casa, em Harriston - Canadá, aos 16 anos e ir para Toronto sozinha, Esthero passou a cantar em bares enquanto fazia bicos para ganhar grana. Ela conheceu uma dupla de empresários que cuidaram dela até seus 18 anos, quando eles marcaram uma entrevista com o presidente canadense da EMI, Michael Mccarty, que - maravilhado com seu charme - mesmo sem a ter escutado cantar uma nota sequer marcou e pagou para gravações de uma demo.

Desde então Esthero é declarada influência para uma série de artistas, dentre eles Nelly "Nellstar" Furtado. Foi por ela que conheci Esthero, anos atrás quando virei fã e conheci a linda canção I Feel You, b-side do cd-single de I'm Like A Bird. Contudo, foi só agora que eu baixei e vim a conhecer maravilhosas canções como Thank Heaven 4 You, Wikked Lil' Grrrls, Bad Boy Clyde e My Torture. E é bem ela que está abaixo no vídeo.
Mais abaixo, a de Missy.



sexta-feira, 30 de maio de 2008

NoobTimes [Preview]

Já que por aqui por entre meus amigos o album-sampler da Annie tem bombado como eu previa, Lucas faz um preview da "rebolada" adiante e mal se contém para falar sobre a Balada do Stalker de amanhã. Rebolada porque ao revisitar uma artista que molha minhas meias há anos [amanhã saberás quem é], eu acabei entrando numa onda rebolativa que nem os lançamentos recentes conseguiu me colocar.
Então, só para constar, o negócio tem a ver com um estilo de música pelo qual sempre torci o nariz.
[Musique: I Feel You - Nelly Furtado and Esthero]

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ahh Se Eu Fosse Rico

Com essa nova febre por Róisín Murphy eu acabei descobrindo um cara que já admirava antes de conhecer, e agora que conheço passo a venerar: Gareth Pugh. Aquele vestido maravilhoso de xadrez escamado que Kylie usa no clipe de In My Arms é dele! Murphy usa o mesmo vestido em Overpowered. Inclusive, ele parece ser queridinho de Murphy, que é ela própria um ícone fashion, mesmo que não seja tão largamente conhecida como Kylie. Assim como a última, Murphy usa figurinos estrambólicos como se fossem jeansecamiseta.

Por isso Gareth parece perfeito para ela. Uma rápida vista pelas fotos de seus shows nas últimas fashion-weeks européias, as roupas dele têm uma geometria incrível, sempre monocromáticas e em tons futuristas-apocalípticos. Essa postura visionária dentro da moda prêt-à-porter fez com que Pugh subisse para a elite da alta costura, ao lado de nomes como Alexander McQueen e Vivienne Westwood; porém, amor dos críticos não enche barriga e Pugh ainda luta para ser um estilista comercial. Tipo, ele ainda não encontrou em sua mente e espírito o ponto de encontro entre a arte e a grana. Enquanto isso, outros gênios como Murphy e Minogue se dedicam a divulgar as maravilhosas peças de Pugh - mostrando que elas podem ser mais simples do que parecem. Eu usaria!!


Vejam mais Gareth AQUI.
[Musique: Get Into The Hollywood Groove (RIT Mix) - Madonna and Missy Elliott]

segunda-feira, 26 de maio de 2008

What Do You Want, WHAT DO YOU WANT FOR BREAKFAST?!?!


Reflita que uma das coisas que mais gosto no fato de gostar de Annie é que sempre dizem: "anniewho?"!! rsrs

Eu sei que é noob, mas sempre dá um status de euro-indie gostar dela que é bombada nas pistas lá da Europe e pelos pessoals fashionrocks, mas na societé americanizada daqui é totalusmente desconhecida. Mas enfim, há uma semana ou duas eu ganhei pelo mailing list dela um link para baixar um preview do Don't Stop, o novo álbum que está por ser lançado lá pra setembro, mas com certeza nunca verá a luz do dia nesse brasilsaodemeldels, apesar de ela estar sob um selo maior agora, a Island Records - do grupo Universal do Reino de Deus Records[!!!].

O álbum mantém a parceria com Richard X, que produziu o primeiro álbum, e tem também
Xenomania, responsável por sucessos das euro-darlings Girls Aloud, que participam como backing vocals na supostamente excitante My Love Is Better. "Supostamente" porque no preview só há sample das faixas; na mistura, o álbum soa bem electropop, como Anniemal [2005]. A faixa com as Girls mesmo soa meio Can't Get You Out Of My Head, tendo refrão rápido como uma boa canção pop deve ter, mas tem um diabo de uma guitarra lá no meio que dá vontade sair correndo e dançando!!

Falando em guitarra, outra coisa que dá pra notar é que há adoráveis flertes com o electro-rock, mantendo Annie na onda New Rave à qual ela foi timidamente percussora lá em 2005. Em Misery ela divide os vocais com Fredrik Saroea, do
Datarock [aqueles do Fa Fa Fa!!!]; quer mais New Rave? TOME: wikipedia diz que Franz Ferdinand está envolvido, mas não diz exatamente onde.

Mas enfim, o que eu quero dizer é que Annie não é para mim um guilty pleasure, mas sim um personal pleasure, especialmente depois que o álbum completo vazar e eu involuntariamente dominar o mundo com ele. rororororor

Quer ver?
Baixaê o album-sample.
bEIjos!
[Musique: I Know UR Girlfriend Hates Me - Annie]

sábado, 24 de maio de 2008

NoobTimes: Balada do Stalker - Premiere

Inventando uma nova série pra esse blog quasi-mortum. A balada do stalker é a música da semana que te dá vontade fazer o stalker no orkut - o som que te injeta endorfina enquanto você comete o guilty pleasure de fuçar a vida dos outros na Internet.

Na estréia não haverá uma música, mas sim todo um álbum que hoje me pôs amover o elerqueleto, enquanto eu fuçava o perfil de um certo Julio Raposo [acho que pôr o link não cabe]. O escolhido é o ultra-adrenalizante Overpowered [ALGUÉM ME ARRANJA AQUELA ROUPA ONTEM!!!!] da Srta. Róisín Murphy [fala-se rosheen]. Como aconteceu da última vez que ela figurou num post aqui, eu não pude escolher apenas uma dentre as várias faixas que me davam um impulso Nosferatiano.
Os 5 highlights da minha paquera-nerd [já que provavelmente meu perfil vai ficar lá marcado no radar de fuçadores dele... o comportamento humano na web é de fato muito complexo] foram:
5. Overpowered: "when I think that I'm over you, I'm overpowered" - tiop minha cara mesmo. Uma mente obsessiva como a minha trabalha no ritmo do sufoco. Obviamente quem se sufoca mais sou eu, porém fuck-se! Na maior parte do tempo é brinks mesmo. rs
4. Footprints: simplesmente porque a palavra "pegadas" sempre remete a stalkers e criminosos - pelo menos pra mim.
3. Let Me Know: essa é minha atual música-definitiva-de-romance. Há uma passagem no maravilhoso Reparação, de Ian McEwan, em que Cecília Tallis imagina que o homem que ela estar a conhecer é o homem com quem casará e terá filhos e, então, projeta sua vida com ele. Agora me diga miniagents: quem em sã consciência não faz isso? Aí, se minha vida fosse um musical, era bem essa que tocaria quando eu conhecesse alguém - seja in real life, seja na merda da Internet. E a cena seria como essa abaixo:


2. Cry Baby: okay, ela não tem nada a ver com fazer o voyeur no Orkut - mas eu falei lá em cima em injeções de adrenalina; e mais uma vez quando essa coisa linda de GZUIZ tocou eu saí jogando cabelos e braços para todos os lados, promtofaley!
1. Primitive: essa é uma das canções mais românticas da minha vida [meaning: que escutei até agora]. Gosto de imaginar um tigre de bengala, ou um puma caçando quando a escuto; o termo stalker já soa bem animalesco e essa música - OI - é a quintessência! Eu tava bem dormindo quando acordei com ela na cabeça e a primeira coisa que fiz foi fuçar perfis.


Very well, toda semane então esse momento ombudsman de auto-meteção de dedo na ferida, só que num bom approach musical, porque afinal, uma coisa é fazer o stalker no orkut e admitir - outra é fazer um post sobre isso. bEIjos!
[Musique: If We're In Love - Róisín Murphy]

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Orkut Dis:

Today's fortune: Your dearest wish will come true.

Ahhh se fosse verdade...
[Musique: My Best Friend - Annie]

sábado, 17 de maio de 2008

Isso É Porque¹

Revisitando o passado, vim a assistir essa perfeição! ¹Isso é porque eu amo Madonna até a morte - ninguém sabe dar show que nem ela:

Para uma visão geral:

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Top 5: Electro-Indienization

Indie Yes! Entediante Jamais!

Depois de toda a onde Indie Rock que tive, senti falta do bom e velho dancefloor; então, seguindo o caminho de Saint Etienne que me derrubou com suas maravilhosas batidas House, acabei encontrando mais nomes da cena. Aqui e abaixo 5 atos que estão mexendo meu mundo e corpo.


Menções Honrosas:

- Give It 2 Me [de Madonna]. Tem nada de Indie e de cara é R&B, mas preste atenção em suas loucas variações e perceberá um excitante momento Dance, como Madonna não fazia há muuuuuuito muito tempo.

- Like A Drug [de Kylie Minogue]. Não é surpresa que minhas divas Dance favoritas estariam aqui. No momento, elas são as únicas coisas não-Indie que tenho escutado, e "Like A Drug" com sua poderosa intro e massivamente envolvente sintetizadores "got me hooked, getting me on the floor."


Top 5:

[5] Helpless Fool For Love [de Annie]. Miss Annie é sempre uma favorita. Já falei um pouco dela aqui e no Life's a Bitch, e já foi também a música de vários posts - e agora, quando me [re]conecto com a cena new rave relembro e re-escuto seus simples-mas-lindo álbum debut - Anniemal. "Helpless Fool" é uma excitante faixa mid-tempo que tem uma batida ótima sincronizada com a letra obsessiva. Mas aviso: se você não realmente ama Electro-Dance, nem tente Annie.

[4] Je Veux Te Voi [de Yelle]. Tem o Bonde do Rolê, que tá bombando the planet com seu [ainda mais] irreverente approach do Favela Funk. Yelle é a gringa mais próxima do que é o Funk Carioca. Ela, contudo, tem batidas e produção mais elaboradas/eletrificadas, mais as letras e o jeito de cantar mais ligado no Hip-Hop do que no Proibidão. "Je Veux Te Voi" pode soar irritante para os não-amantes do estilo, mas para aqueles que adoram canções safadas e tesão, Yelle é um doce.



[3] A Cause Des Garçons (TEPR Remix) [de Yelle]. Tenho esse novo sonho de dancefloor [rizo] que é dançar essa música como esses caras. Tecktonik é o tesão da tapioca agora. E ei, não fique surpreso se Madonna enfiá-lo em sua turnê Sticky & Sweet [combinaria perfeitamente com "Give It 2 Me"]!



[2] Cry Baby [de Róisín Murphy]. Uns amigos disseram para baixá-la, baixei, mas demorei litrus pra finalmente tentá-la. Stupid stupid Lucas!! Sempre atrasando o que é bom para ele! Ainda estou viciado em cada música de seus dois álbuns solo, tanto que não sei qual escolher, mas Cry Baby [que tem uma incrível batida que lembra um pouco do muito imitado clássico de Donna Summer, I Feel Love, porém bem mais up-tempo e uma atmosfera capaz de te chutar e botar pra dançar] era a que estava tocando quando comecei a escrever essa posição, então aí vai.



[1] Sing It Back [de Moloko]. Quando contei a um amigo que estava apx por Murphy mas não conhecia nada de Moloko, ele se sentiu ofendido. Então ele me mandou alguns vídeos e entendi porque. ELES SÃO PURA PERFEIÇÃO!! Com um som mais orgânico que o habitual da música Electro-Dance, suas canções tinham mais instrumentos ao vivo que outras bandas - algo como o que faz Saint Etienne. Essa performance abaixo é a que abalou bangu; a persona, presença e beleza de Róisín são de tirar o fôlego!!! Todo vocalista wannabe deveria sonhar em ser quão energética e chic.


sábado, 10 de maio de 2008

Momentos Cruciais

Quando você sabe que precisa de uma reforma de estilo de vida?
- Quando você acorda no meio da noite tendo flashbacks de problemas de saúde, que não tinha há séculos, como: crise de ininterruptos espirros por +- meia-hora.
Quando você sabe que REALMENTE precisa dessa reforma?
- Quando seu cérebro automaticamente culpa o pate au scargot que você comeu no jantar.
Quando você sabe que está romanticamente desesperado?
- Quando você tem sonhos romantico-eróticos com um cara que você nem acha tão bonito e gosta.
Quando você sabe que é patético?
- Quando seu eu-do-sonho sabe que é um sonho, mas você está tão excitado que diz a si próprio que não é um sonho, que é real e está acontecendo, e a vida será bonita a partir dali, porque finalmente você encontrou alguém que não é o perfeito ideal que você esperava, mas é real, ele está lá, é um pau, um pau gostoso que vai deixar as outras pessoas com inveja... ok parei.
[Musique: Rebel Prince - Rufus Wainwright]

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Alguém Aí Sabe...

...quanto é uma passagem de trem de Roma a Londres?
Rzrzrz
Há três dias começou a KylieX2008, a mais nova e bombástica empreitada da minha adorada Kylie Minogue! Ontem vi fotos do show de abertura na charmosa Paris, casa do figurinista da turnê: ninguém menos que Jean Paul Gaultier [bEIjos!]. Cara, pense em PHoda! Hoje recebi um newsletter falando sobre a estréia da turnês que conta com nada menos que 10 dançarinos e 4 acrobatas, uma totalmente nova banda [porque Kylie canta tudo ao vivão se voses não sabem ok!] com direito a sessão de metais [AloBierq!!!].
Mas claro que a turnê só está programada [por enquanto] para a Europa. Kylie é a artista que eu não tenho esperança nenhuma de ver por aqui, entãã~~oooooooooooooooooo... considerando que Lucas vai estar na Itália entre 25 de julho e 9 de agosto, repito a primeira pergunta: QUANTO CUSTA UMA PASSAGEM DE TREM DE ROMA A LONDRES?!?!? Porque o ingresso eu já vi e está dentro do meu orçamento [fiquei feliz em saber que apesar de toda a parafernalha estética, Kylie não é tão capitalista quanto à Confeiteira], agora só me falta ir para London City!
Enquanto mexo mels palsitos oliem sóam q coisa lidna de GZUIZ!!!


quinta-feira, 8 de maio de 2008

OOOOOOOOOOOOOOI

Tá confirmado bandigaaaaaaaays!!
MADONNA NO BRASIL ATÉ DEZEMBRO!!!!!!!!!!1
OH GZUIZ MORI!!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Catfight


"ui madonne vose ta acabade! relasha vamos migrate" "uhg... fuck off mocreiah! you don't have my name!"


É engraçado porque essa briga é velha pra caramba. Na mesma época do lançamento do Confessions On A Dance Floor, Mariah lançou o álbum que a trouxe de volta para os braços da crítica e público [geral, fãs não contam], The Emancipation Of Mimi. Em 2008 Mariah tenta manter seu status de rainha da America com E=MC², enquanto Madge [aparentemente] tenta com Hard Candy o que Mimi fez para Mariah há 3 anos. Antes mesmo do lançamento dos dois álbuns, a guerra já estava declarada na mídia; mesmo que nenhuma das duas oficialmente declarem-se inimigas [com certeza ambas já se acham velhas e estabilizadas demais para essas questões].
Num passado usual eu simplesmente diria "foda-se... é claro que Madonna é melhor," mas hoje as coisas são diferentes, considerando que ambos meu fanatismo pela senhora Ciccone-Ritchie e desgosto por Carey diminuiram. Dias antes de finalmente escutar HC eu estava viciado e adorando a fórmula nonsense de Mariah; e mesmo sem me importar com as bobajadas da mídia sobre as duas, eu mesmo já instalava uma disputa interna sobre qual das duas faria o melhor álbum Urban-driven da temporada.

Por que Mocreiah?
O grande êxito de Mariah Carey para mim esse ano foi conseguir quebrar o gelo que impunha contra ela. Obviamente condenei Touch My Body sem ao menos a ter tentado; mas aí depois eu simplesmente me apaixonei pelo jeito brega de ser que Mariah impõe perfeitamente. O melhor disso é que ela age como se não fosse! Mas essa falta de semancol é uma das marcas mais fortes e saborosas da Black Music americana. Existe coisa mais brega que bling-blings, uniformes de hockey com bonés-de-lado e calça jeans-cachorrona com scarpin? Mas, cara, é o jeito deles! e o fato de eles o abraçarem assim é louvável.
Mariah Carey é uma das personificações disso tudo.
A Rolling Stone diz que ela abraça seus extremos como ninguém: "Ela está sempre quebrando no R&B-hop ou cantando baladas melosas, falando sacanagem ou se abraçando com uma Hello Kitty. Seu décimo álbum não é diferente: começa numa boite e termina numa igreja."
No fundo eu admiro pessoas assim. Quem se importa se ela tem a profundidade de uma bacia? O legal é que é divertido.

Por que Mandonna?
Simplesmente porque nem quando eu decido odiá-la eu consigo. Hard Candy é o melhor exemplo de que as primeiras impressões nem sempre são as melhores. Qualquer Madge-maníaco com [pseudo] inteligência e senso crítico abre logo a boca para gritar que esse álbum é extremamente inferior a qualquer um dos anteriores. Mas basta audições atenciosas a não só as letras, mas especialmente aos arranjos que a prepotência é mais sua que de Madonna.
O que quero dizer é o seguinte: as letras de Hard Candy são ótimas! São todas introspectivas e na maior parte muito bem trabalhadas, mas acima de tudo são despretenciosas. Lendo críticas percebi que a única letra mais politizada do álbum é 4 Minutes, ainda assim sendo muito sutil. Madonna não estar querendo salvar as pessoas do inferno com suas letras é ótimo. Nós fãs, claro, adoramos quando ela diz para nos fodermos e depois fala "put away your past/love will never last/if you're holding on to a dream that's gone"; mas nem todos, na verdade, a maioria das pessoas não dá a mínima para isso.
Em Candy é como se ela se apresentasse para agradar; mas do jeito de Madonna. Ela sabe que a gente vai chupar qualquer coisa que ela coloque em nossa boca mesmo - não por estupidez, mas porque o doce dela é sempre doce! Dessa forma, eu retiro o que disse em minha crítica de que a maior falha de Hard Candy é ter menos Madonna que o usual. Provavelmente essa é a melhor qualidade do álbum, pois como nas posições de Yoga que ela habitualmente faz nas coreografias de seus shows, ela mostra o quanto é flexível. Apesar de ter Timbal, Justin e Pharrell muito forte em Hard Candy, todos eles estão ali para e por Madonna.


Doce X Física
Qual dos dois você escolheria? Eu sei bem qual eu escolheria sem pestanejar. Contudo no caso desse doce e dessa aula de física, não fica tão fácil.
E=MC² é um típico exemplar de seu estilo, enquanto Hard Candy é uma fusão inovadora das batidas do Urban Pop com as eleutrias do Dance. Tente escutar as músicas do novo álbum da Material Girl com minúcia e você vai ouvir uma série de detalhes quase psicodélicos. Por isso então eu fico com a resposta óbvia e escolho Doce. Como ela mesma disse, é um doce difícil de morder, mas hora ou outra você acaba engolindo e gostando.


Conclusão
No fim da história, os dois álbuns são provas cabais de que sem preconceito você vai longe. O de Mariah tem a qualidade de abrir portas para o R&B, por sua despretensão diante de sua importância, ou falta de importância. Nem A Emancipação nem essa paródia de Einstein são álbuns que serão lembrados por mais que sua importância comercial devido à sapiência de se dar o que se está querendo [Mariah tem sido muito melhor nisso que Madonna, factum], mas há qualidade por trás da Billboard? Hell yeh! E Mariah tá no meio.
Quanto a Madonna, talvez o melhor de Hard Candy é que não há nenhuma reinvenção bombástica nele. Confessions tinha a massificação mundial do Euro-pop, mas por ela ter escolhido de alguma forma dividir seu holofote com vários outros, talvez essa seja a melhor [auto] reinvenção, afinal, dividir seu momentum com outrem não é o que Madonna costuma fazer. Em Candy ela faz isso, tão bem que no fim do dia é ELA que você não consegue tirar da cabeça.